Com o Xbox One, a Microsoft provou que muitos estavam errados sobre sua nova estratégia

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A Microsoft está na luta para se posicionar como a segunda empresa mais valiosa do planeta, mas para chegar até aqui, o caminho não foi fácil, e muitos duvidavam disso. Com a falha por muitos anos ao tentar dar maior participação de mercado ao Windows Phone, e um mundo cada vez mais móvel com as pessoas perdendo a dependência do Windows, muitos acreditavam que a empresa de Redmond fosse falhar, mas a história foi bem diferente.

A Microsoft triunfou na nuvem, e justamente por isso, e graças ao atual CEO Satya Nadella, agora tem aumentado cada vez mais seu valor, suas receitas e principalmente seus lucros. A título de exemplo, muitos sites, aplicativos ou jogos utilizam os servidores da Microsoft (e obviamente pagam por isso) para funcionarem, e assim, mesmo que você não utilize o Windows ou o Xbox, tem uma grande chance de estar usando os servidores da Microsoft sem saber. Essa é a magia da nuvem, pois ela está acima do software ou do hardware.

Nadella foi tido recentemente como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, apesar de muitos o odiarem pelo fim trágico do Windows Phone. Entender toda essa história é importante para saber como o Xbox One tem alcançado bons resultados, apesar das estratégias terem sido duramente criticadas.

O Office e o Windows 10, atualmente, são serviços, e este é o caminho pelo qual o Xbox One está sendo levado. Enquanto Phil Spencer, líder da divisão do Xbox, é conhecido pelo seu brilhante trabalho, não é difícil imaginar que o Nadella tem não só um dedo nisso, mas mãos e os braços também.

Morderam a língua

Na cultura popular, o Xbox é um console, uma máquina física criada pela Microsoft para rodar jogos. Contudo, o Xbox One é apenas uma peça de toda uma teia estratégica. Quando a empresa anunciou que os jogos exclusivos do console iriam para o PC, foi um alvoroço, e muitos declararam a morte do Xbox One. Contudo, vimos o Xbox One S ser bem-vendido, e em 2018 ser o único console que está crescendo em termos de participação no mercado. O “Xbox Play Anywhere” parece que não foi prejudicial, afinal, comprar um jogo para uma plataforma e tê-lo de graça em outra não parecer  não ser um mal negócio para o consumidor.

A retrocompatibilidade, que já foi dita pela concorrência que era pouco usada, também foi um verdadeiro sucesso segundo a própria Microsoft e está funcionando a todo vapor não apenas com os jogos do Xbox 360, mas também com os do Xbox original já que recentemente mais 19 títulos deste console não morreram com o tempo e podem ser jogados na atual geração.

O Xbox Game Pass, como quase todas as novidades que a Microsoft apresenta ao mercado, também foi duramente criticado, inclusive por varejistas menores. Contudo, temos outro sucesso, pois segundo o NPD, o serviço não prejudicou as vendas no varejo (Sea of Thieves vendeu muito bem, obrigado), só veio agregar mais valor para a marca. Atualmente, são 138 títulos pelo preço de R$ 1,00 (normalmente R$ 29 sem época promocional). Como o consumidor pode achar isso ruim? Impossível.

O futuro

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Segundo a Microsoft, e de acordo com os dados financeiros do trimestre passado, o Xbox é o console que possui maior engajamento com os títulos de terceiros, e sem dúvida alguma o Game Pass ajuda nisso. Os serviços estão em alta, e os êxitos do Spotify (música) e Netflix (vídeo) falam por se só. Contudo, a Microsoft notou que está faltando algo no mercado que ninguém preencheu. GTA é o produto de mídia mais rentável da história, os games estão em alta e ganhado cada vez mais público, mas não existia, até agora, um “Netflix dos jogos”. Com todos os produtos da Redmond se tornando serviço, e todos aumentando suas rentabilidade, sem dúvida alguma a Microsoft irá investir cada vez mais para tornar o seu “Netflix do jogos”, vulgo Xbox Game Pass, competitivo até mesmo para o público do PC. E convenhamos, a Microsoft acabou com o monopólio da Sony após a era PS2 com a chegada do Xbox 360, falta “apenas” fazer o mesmo com o Steam.

Nadella ainda comenta que o foco dos games para o Xbox One estão dirigido a três serviços: Xbox Live, Xbox Game Pass e Mixer. Este último, possivelmente, lá no futuro, ficará encarregado dos jogos via streaming. Ainda não sabemos ao certo por que ele é tão importante, mas palpites é o que não faltam e talvez na próxima E3 teremos alguma novidade quanto a isso.

Do inferno para o céu. Quem tem medo da Microsoft?

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Em décadas passada, a Microsoft era tida como uma empresa cruel e que jogou baixo para alcançar o monopólio do Windows. Vimos, inclusive, a Apple quase falir, o ano do Linux nunca chegar e Bill Gates reinar como o homem mais rico do mundo por muitos anos apesar das suas doações generosas. Tim Sweeney tem medo dela criar um novo monopólio com a Plataforma Universal do Windows, e o Google assumiu que lançou o Android às pressas com medo que a Microsoft dominasse com o Windows nos smartphones.

Nos dias de hoje, a Microsoft é boazinha demais… será mesmo? Bem, a empresa elogia bastante a Nintendo e a Sony nas redes sociais, inclusive, Mike Ybarra, vice-presidente do Xbox, estava jogando God Of War no Mixer e o elogiou bastante o jogo. Muitos do seus seguidores criticaram, mais uma vez, a atitude da empresa. Afinal, parece ser um absurdo tal atitude já que o seu público joga majoritariamente no Xbox One.

É notório, muitos games do PS4 usam os serviços em nuvem da Microsoft. Entendam que, muitos jogos do PS4 ou aplicativos do Android dão dinheiro para a Microsoft, a empresa é muito maior que a Sony e a Nintendo e suas visão de ganhos tem que ser mais elevada. Talvez, nunca jogaremos God of War no Xbox versão console físico, talvez. Mas as estratégias agora são serviços, certo? Se você tiver mais que alguns muitos carnavais, acharia ilógico o Sonic da Sega rodar num console da Nintendo, mas as mudanças no mundo nunca pararem, e caso o apocalipse não esteja próximo, as coisas evoluirão.

Voltando ao Xbox Game Pass, a Netflix possui muito conteúdo de canais de TV “rivais”. Além disso, a Sony já lançou alguns jogos do PS4 para PC via nuvem – isso já é uma realidade. Imagine a Microsoft consagrando o Game Pass com muitos usuários, assim como o Netflix e num mundo onde os jogos por streaming se tornem cada vez mais acessível. Será que a Sony não poderia fechar parceria com a Microsoft para atingir mais milhões de jogadores? Não digo que isso aconteceria amanhã, ou na próxima E3, mas é um caminho que parece ser o que a Microsoft está trilhando e que tem dado certo em todos os produtos da empresa, ficar acima do software e hardware para disseminar sua nuvem. Talvez no Playstation os exclusivos chegassem primeiro, assim como acontece com o PSNow.

Antes do Xbox original ser lançado, Bill Gates tentou fechar parceria com fabricantes de console na época, inclusive com a Nintendo para que lançassem seu sistema nos consoles. Como o acordo foi recusado, a Microsoft teve que lançar seu próprio console com DirectX, o Xbox. A história pode se repetir, ou não.

Assim como todas as estratégias, incialmente parece estranho, mas depois você se acostuma. Afinal, quem tem medo da Microsoft?  😉

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