Uma declaração recente de Mike Ybarra, ex-chefe da Blizzard com um passado importante também dentro da Microsoft, está causando bastante discussão: em um post no X, Ybarra relatou que deveria haver uma maneira de doar dinheiro extra para desenvolvedores do jogos que gostamos particularmente.
Nem é preciso dizer que, considerando o alto preço alcançado pelos títulos desta geração de consoles em particular, o assunto tem gerado bastante discussão, embora muitos ainda concordem com a ideia de Ybarra em princípio, principalmente no que se refere a doar diretamente para desenvolvedores. Além disso, a ideia do executivo diz respeito aos jogos AAA, portanto aqueles mais caracterizados por uma grande superestrutura organizacional.
I've thought about this idea for a while, as a player, since I've been diving into single player games lately.
When I beat a game, there are some that just leave me in awe of how amazing the experience was. At the end of the game, I've often thought "I wish I could give these…
— Mike Ybarra (@Qwik) April 11, 2024
O problema, de fato, parece ser precisamente este: o mecanismo atual da indústria dos videogames não permite que os próprios criadores sejam pagos diretamente como possível recompensa pelo trabalho realizado, e muitas vezes estes últimos são os primeiros a sofrer a crise da indústria, como pode ser visto com as inúmeras demissões que ocorreram recentemente.
“Quando termino um jogo, em alguns casos alguns deles me deixam maravilhado. No final deles, muitas vezes pensei que gostaria de dar a essas crianças mais 10 ou 20 dólares, porque eles também mereciam mais que os 70 dólares do preço inicial e por não tentar me enganar para ganhar mais dinheiro a cada segundo”, escreveu Ybarra em um post no X.
Isto deu início a uma notável discussão na internet: em geral, muitos concordam que os desenvolvedores deveriam ser mais reconhecidos, ou pelo menos não acabar como bucha de canhão com demissões sempre que as vendas não atendem às expectativas da administração.
O problema é que o dinheiro fornecido pelos jogadores ainda seria pego pelas editoras e outros intermediários, por isso seria difícil estabelecer um sistema de apoio direto, a menos que se trate de equipas independentes muito pequenas.
Por outro lado, há também quem aponte que comprar um jogo por R$ 350 já é uma despesa enorme, principalmente se pensarmos talvez nas edições especiais que podem custar até R$ 650 e nas DLCs para adquirir mais tarde, portanto mesmo este apoio adicional no bolso dos jogadores não é propriamente algo facilmente sustentável.