Atualmente os dados de vendas de Final Fantasy 7: Rebirth são bastante mistos. O mercado físico japonês apresenta números bastante sombrios para o jogo da Square Enix, sempre sem dados digitais. Chegaram sinais igualmente preocupantes do Reino Unido. Apenas alguns territórios europeus parecem ter recebido bem o jogo.
É preciso dizer que faltam completamente os dados dos EUA, o que poderia fazer toda a diferença no mundo neste caso, mas a sensação é que a empolgação geral por Rebirth está agora diminuindo e que poderia ter feito números comparáveis aos de Final Fantasy 16, portanto, não é realmente enorme, especialmente dada a produção AAA de que estamos falando. Fico feliz em errar, caso isso não aconteça e surjam resultados excepcionais no futuro, mas o sentimento geral que vem das primeiras peças é este, esperar que o mosaico tome forma definitiva.
Se Final Fantasy 7: Rebirth foi um fracasso, o que poderia ter dado errado? Considerando a qualidade do título, que fatores poderiam tê-lo impedido?
Essencialmente, dois problemas vêm à mente. A primeira é ser o segundo capítulo de uma trilogia. No longo prazo, a escolha da Square Enix pode ter se mostrado contraproducente.
Final Fantasy VII Remake vendeu bem (mais de sete milhões de cópias), mas foi justamente o primeiro capítulo. Quem comprou pode não ter gostado muito e não ter encontrado incentivo suficiente para comprar o segundo depois de tantos anos. De qualquer forma, esses sete milhões ou mais de compradores são o verdadeiro público ao qual Rebirth realmente poderia se referir, visto que quem não jogou o primeiro pode ter se impedido de comprá-lo, mesmo achando-o interessante. Nesse sentido a duração dos dois jogos não ajuda, tendo em vista a chegada do terceiro episódio sabe-se lá quanto tempo. Se ainda não os jogou, como preencher essas dezenas de horas que o separam do terceiro? Por que ele demonstraria interesse, talvez duas gerações depois do anúncio do projeto? Assistindo vídeos no YouTube? É claro que uma obra deste tipo, a menos que se depare com números colossais, tende a esgotar-se de forma quase natural. Portanto, os usuários-alvo do Rebirth poderiam ter sido muito menores do que a Sqaure Enix esperava.
O segundo problema é que é exclusivo do console. Isso significa que a Sony pagou muito dinheiro pelo jogo para evitar que ele chegasse a outras plataformas. Talvez tenha coberto quase todos os custos de produção, pelo que sabemos. A Square Enix pode não perder, mesmo diante de vendas nada estelares, mas sempre mantendo os demais de fora, fora o PC, que de qualquer forma vê o Final Fantasy chegar depois de muito tempo, no longo prazo acaba enfraquecendo o série, que por si só deveria aspirar a resultados muito diversos e a uma difusão tão ampla quanto possível, em vez de alienar parte do público potencial.
Em suma, as escolhas feitas pela Square Enix na trilogia são extremamente conservadoras. Eles estão saindo pela culatra?