Os jogos indies nos salvaram da mesmice e estão “fazendo escola” aos estúdio AAA

cuphead-2

Se você não percebeu, os jogos independentes chegaram para ficar, e digo mais: estão assumindo o controle da indústria. Não, não vou precisar invocar Minecraft e os rios de dinheiro que o título tem dado para Microsoft ou Ori The Blind Forest, um dos melhores títulos desta geração e que atualmente recebeu o status de “AAA“. Nesta matéria, vamos focar nos jogos de 2017.

Se você só joga FIFA ou games que os jogadores atiram com jetpack, talvez fique chateado com essa matéria, mas um dos maiores problemas da atualidade é o descaso que muitos dão ao jogos independentes, por serem criados com baixos recursos financeiro, muito da mídia ou jogadores não dão oportunidade para eles. Contudo, graças as inovações, o público está cada vez mais empenhado em prestigiar novas ideias originais.

Battlegrounds-2

Brendan Greene, o criado de PUBG, um título independente, e Piers Harding-Rolls da IHS Markit, deram ao Bloomber a seguinte declaração:

“Eu não acho que ninguém na indústria esperava”, diz Piers Harding-Rolls, pesquisa de chefe de jogos da IHS Markit. “PUBG provavelmente se tornou o exclusivo mais importante do Xbox para o final de 2017 e isso é algo que eu duvidava e que acho que a Microsoft não esperava”.

… A indústria é dominada por desenvolvedores estabelecidos, como Take-Two Interactive Software Inc. e Electronic Arts Inc., que lançam atualizações previsíveis em franquias como Grand Theft Auto e Madden (em sua 29ª versão). O precedente mais próximo pode ser o Minecraft, o jogo de construção introduzido por um desenvolvedor sueco em 2009.

Não somos loucos para falar que jogos como os da EA são ruins, ou o GTA, mas vamos concordar que criam franquias previsíveis, pois irão dar lucros  quase que certos e isso pode inibir que apostem em algo completamente novo. Já os indies, não têm medo disso.

The-Last-Night

PUBG, por exemplo, é um dos jogos mais cobiçados para o console da Sony e toda polêmica envolvendo a sua exclusividade acima relatada na entrevista com o seu criador, prova que existe muito interesse pelo título nos consoles. Afinal, é o game online mais jogado da história da Steam em acessos simultâneos. Todo mundo tá jogando isso no PC.

A Microsoft tem seu trio previsível, assim como a Sony, mas são os estúdios indies que estão dando um show na inovação. O indie Stardew Valley fez bastante sucesso no PC, apesar dos seus gráficos pincelados. Por outro lado, Hellblade mostrou belíssimos gráficos, invejáveis a uma produção AAA.

Black-Desert-Online-turma

Black Desert Online tem sido um outro de tantos jogos indies de destaque, com gráficos realista e tem ganhado uma forte comunidade num estilo de jogo que é muito difícil de ser conquistado. Path of Exile, um dos jogos mais jogados na Steam, distribuído pela Grinding Gear Games, é indie e muitos o consideram melhor que Diablo III.

Cuphead está arrasando com as notas, e na minha humilde opinião é o melhor jogo já lançado este ano, e olha que odeio jogos difíceis. Contudo, a dificuldade desse jogo é desafiadora e a tela que mostra o seu progresso ao morrer no final de uma fase te motiva a ir mais além. Um game que qualquer um pode jogar, um amigo ou uma criança que nunca viu o título na vida pode chegar na sua casa e se divertir contigo, e isso na minha avaliação conta muitos pontos. Jogos tem que unir pessoas, e para isso não precisa necessariamente ser voltado ao multiplayer.

path-of-exile

Enfim, todos amam jogos AAA, mas os independesaqueles não respeitados ou descartados para muitossão os que estão trazendo coisas novas. Estúdios como a Epic Games e Rockstar estão copiando PUBG, os indies estão fazendo escola. Queira você ou não, mas eles estão no comando da inovação, claro,  tem sempre aqueles que preferem a mesmice, se você for um desse, ao menos respeitem o trabalho dos pais e mães de família que lutam para trazer algo novo para nós.

Cuphead, PUBG, Black Deser Online, The Last Night, Tacoma, Super Lucky’s Tale, Path of Exile, e tantos mais são ótimos jogos que podem ficar ao lado de um Forza 7, Halo, Gears, GTA, Call Of Duty, Assassin’s Creed e FarCry. Curtam todos sem preconceito, mas agradeça aos indies, pois estão nos tirando da mesmice.

Concordam? Ou você odeia jogos indies e só dar valor aos “AAA”?

89 comments on “Os jogos indies nos salvaram da mesmice e estão “fazendo escola” aos estúdio AAA

    1. Pq existem sites especializados em jogos somente pro Xbox e outros somente pra PC. Essa diferença é pelo fato de terem mais reviews de jogos pra PC do pro Xbox, entendeu?

  1. Excelente post. Eu até lembro que tinha comentado isso há uns meses. Não tenho nada a acrescentar, a não ser a comparação entre indies, AAA e futebol:

    Investir nos indies é como investir nos juniores. Uma hora os jogadores profissionais (AAA) vão ficando velhos e não rendem mais tanto quanto renderam um dia. E aí o time (publisher) ou gasta uma grana pra contratar um outro profissional ou puxa um talento de seus juniores (indie) pra jogar no time profissional.

    Exemplos de talentos que surgiram dos juniores no futebol: Neymar, Ronaldinho, Buffon.
    Exemplos de talentos que surgiram dos juniores nos games: PUBG, Rocket League, Terraria, Life is Strange, Ori and the Blind Forest.

  2. Os jogos grandes continuarão existindo normalmente. Todo ano veremos os Cod, Fallout,. Battlefield, aquele jogo de 200 milhões, ou de marketing de 100 milhões, porém serão em menor quantidade. Mas nesse meio veremos uma maior abertura pra jogos menores, dosando bem o orçamento de acordo com as expectativas geradas.

    Esse cenário favorece a releitura de gêneros que fizeram muito sucesso lá atrás, mas numa roupagem atualizada, pois existe um público interessado em abraçar essas propostas. Ori, CupHead, Recore são só alguns exemplos, e outros virão.

  3. Bom vermos que há quem arrisque fazer diferente.

    Cuphead estava sendo desenvolvido somente nos finais de semana por seus criadores. Mas a coisa cresceu e hypou tanto, que os caras largaram seus empregos pra se dedicar integralmente à produção do game. Ainda bem que a MS viu potencial ali e investiu no projeto.

    Tem como não respeitar e admirar o trabalho desses caras?

  4. Eu sempre adorei jogos independentes, e justamente eles nos tiram da previsibilidade dos AAA, mas salvo raras exceções como Red Dead Redemption, afinal que jogo temos ambientado no faroeste por aí? Mas jogos indies são fantásticos temos uma infinidade de jogos excelentes como Limbo, RiME, agora Cuphead, The Town of Light, The Vanishing of Ethan Carter, Little Nightmares. Infelizmente no Brasil ainda carrega o estigma de jogo indie ser sinônimo de jogo ruim, mas isso é só a opinião de quem não conhece mesmo, não é à toa que eu tenho um canal que dá apoio exclusivo aos jogos independentes, não querendo vender meu peixe, mas já vendendo, se alguém ler isso e se interessar, procure por Dark Side of Gaming no YouTube.

          1. @sophosnsm:disqus É plataforma e ação sim. Quando você precisa andar e pular sobre alguma plataforma que seja, este é um elemento de plataforma. Quando esta mecânica constitui boa parte do jogo, pode-se considerar o jogo como plataforma também. A loja da Microsoft, Steam e GOG listam “plataforma” como categoria. Se isso não for suficiente, entra no FAQ no próprio site dos desenvolvedores (MDHR Studio) e vê o que eles colocaram lá. Se tiver com preguiça, facilito tua vida: https://uploads.disquscdn.com/images/3d0bdd8bac284bf313d7862121ea5e2b3270e1dd586daf17074052c05d5c32f5.png

          2. pqp, ta la como plataform mesmo, fui até conferir, mas é uma má classificação. O centro do jogo não é pular sobre plataformas como mario é, o centro nãoo é a precisão do pulo como megaman é. O centro é a ação desenfreada, essa classificação ai ta escrota demais, mas se eles classificaram nãohá muito o que eu posso fazer.

          3. Sim, é diferente mas ambos podem estar presente em um game caso você não tenha percebido. Plataforma é todo aquele game onde você tem que pular superfícies/blocos e ação tem haver com as funções dos personagens. Portanto esse game é do tipo plataforma com ação.

  5. O motivo de se adquirir um videogame de nova geração ainda e o bom e velho AAA, não tem jeito, e indies podem ser jogos AAA. E erroneo pensar que indies sao jogos cuja produção e de baixo orçamento. O termo indie abrevia o termo independente, que significa um produto cultural que foi produzido com recursos próprios, sem qualquer acordo prévio com uma grande publisher. Não confundam os conceitos. Eu tenho varios indies interessantes entre os quais eu cito Ruiner (lançamento), Super Hot (o indie mais inovador dessa geração), Astroneer (em preview), The Swapper, Velocity 2x , Slain: Back From Hell (pixel art lindissimo e trilha sonora de arrebentar) , Punch Club, Planet Base, Mr Shifty, Furi, Lifeless Planet, Kingdom New Lands, Everspace (jogo de nave com o universo mais bonito que eu já vi). A razão de muitos AAA não se inovarem tanto e ligado aos altíssimos orçamentos que estes jogos exigem, não dando pra correr riscos. Porem a qualidade melhorou da água pro vinho. Por exemplo, experimentem jogar Halo 5 e comparem com o primeiro Halo pra ver a diferença. O primeiro Halo hoje e praticamente um jogo injogavel tanto pelo visual datado quanto pela jogabilidade.

    1. Tem uma outra conotação de indie que você não citou: jogo que, mesmo produzido por um grande estúdio, tem uma pegada autoral, com a equipe de desenvolvimento tendo carta branca pra fazer como quer, sem muitas restrições.

      Vejam o caso de Child of Light. Ele foi dirigido pela responsável por Far Cry 3. Com o sucesso deste no mercado, a Ubisoft deixou o cara livre pra fazer o que queria, com um orçamento menor e sem esperar retorno financeiro.

      Contudo, o jogo fez certo sucesso e acabou dando até lucro para a empresa, vejam só.

      1. E se o responsável de Far Cry 3 quisesse colocar pedofilia ou gore em Child of Lighr, será que a Ubisoft aceitaria ? Claro que não. Portanto, se não existe 100% de liberdade na produçao não e indie. Outra, o produtor usou recursos próprios para produzir Child of Light, corrento o risco de falencia pessoal pelo jogo poder ser um fracacasso comercial ? Também não. Quem iria arcar com o prejuizo seria a Ubisoft. Conclusão: Child of Light não e indie, e um jogo A ou talvez AA.

        1. Entendo seu ponto de vista. É isso mesmo.

          Só quis enfatizar que jogos “menores” estão fazendo escola. E isso é muito bom pra nós, jogadores.

        1. Nao, vc tá errado. A trilogia de Star Wars feita na década de 90 e um exemplo de produto cultural independente (Indie). George Lucas produziu todos os filmes sem nenhum acordo com um grande estudio, porem teve que investir pesado por conta e contratar muita gente. Em contrapartida ele fez do jeito que quis sem ter que dar satisfação pra nenhum executivo de Hollywood. Captou o que significa indie ?

  6. Eu comecei a jogar Cuphead, e realmente fiquei impressionado. A jogabilidade e simples, não tem nada de inovador a não ser pelo movimento de parry que tem que ser executado em objetos cor-de-rosa. O desafio, sem ser frustrante e a direção de arte, que cativa, são os pontos fortes. Uma dica importante e mudar o botão de tiro pra RT, faz toda diferença na jogabilidade.

  7. Acho essa questão de “dificuldade” muito relativo, tem pessoas que tem maior facilidade em encontrar o “padrão” de um determinado jogo, dos chefões e tudo mais, outras pessoas (como eu xD) são meio banzas. Outro ponto é o fato de “jogar videogame” estar infinitamente mais disseminado do que na época do MD e SP, é como tecnologia, nos temos uma maior facilidade em usar certos produtos do que nossos pais, assim como nossos filhos vão ter uma maior facilidade de usar certos produtos do que nos.

  8. Olhando por esse lado, você tem toda a razão! Meu exemplo é jogos de futebol, jogo pra zerar mas sofro com eles pacas kkkk mas chego lá!

  9. Nao, vc tá errado. A trilogia de Star Wars feita na década de 90 e um exemplo de produto cultural independente (Indie). George Lucas produziu todos os filmes sem nenhum acordo com um grande estudio, porem teve que investir pesado por conta e contratar muita gente. Em contrapartida ele fez do jeito que quis sem ter que dar satisfação pra nenhum executivo de Hollywood. Captou o que significa indie ?

  10. E se o responsável de Far Cry 3 quisesse colocar pedofilia ou gore em Child of Lighr, será que a Ubisoft aceitaria ? Claro que não. Portanto, se não existe 100% de liberdade na produçao não e indie. Outra, o produtor usou recursos próprios para produzir Child of Light, corrento o risco de falencia pessoal pelo jogo poder ser um fracacasso comercial ? Também não. Quem iria arcar com o prejuizo seria a Ubisoft. Conclusão: Child of Light não e indie, e um jogo A ou talvez AA.

    1. HUAHUHAUAHUAHAUAU

      Amigo, nada tira de Zeldinha… seguido por Persona 5 e Horizon…

      Cup Head vai ganhar fácil de melhor indie.

        1. Sim, sim amigo… vamos apostar? Que pelo menos um dos 2 será nomeado e Cuphead não? Cuphead será nomeado pra outras categorias, talvez até de jogo do ano no Xbox, mas JOGO DO ANO GERAL, ele nem vai aparecer…

          Zelda, Horizon, Persona 5, Divinity OS 2 e mais algum do final do ano.

  11. Olha, tem jogo Indie muito ruim por ai, dá uma discrença de jogo indie em primeira pessoa em que vc sai clicando nas coisas e lendo que eu vou falar um trem pra você. Indie de qualidade como Cuphead, Ori, Inside, Bastion e outros, são raros.

    1. Obviamente sim. O que caracteriza um indie é justamente ter sido desenvolvido de maneira independente, ou seja, um desenvolvimento “caseiro” com equipe menor ou estúdio próprio, sem ajuda de desenvolvimento de grandes produtoras como Capcom, Konami, Ubisoft, Activision.
      Se vc agora mesmo baixar um Rpgmaker, Construct2 ou Game Maker, sair fazendo um jogo só por experiência e compilar ele em um executável, você já é considerado um indie dev.
      Existem milhões de pessoas ou pequenas equipes tentando fazer jogos. É obvio que desses milhões, a maioria desiste no meio da criação ou são ainda inexperientes. Ou você acha que se vc baixar o Unity agora e fazer seu primeiro ou segundo jogo, vc criará o novo Cuphead? Te dou os parabéns se o fizer, mas se sair algo meia boca eu acho que poderia dar aquela mesma “descrença em jogo indie” que vc citou em alguém por aí.

      1. Realmente, eu entendo o que você quis dizer e entendo o lado do desenvolvedor e tal. Só que quando eu vou comprar um jogo eu não penso em quantas pessoas o fizeram ou como, ou onde ou por quê, eu penso na qualidade final dele, e se ele vale o meu dinheiro.

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