Sony dispara contra decisão favorável para Microsoft e Activision: “surpreendente, sem precedentes e irracional”

A Sony está enfurecida com o órgão regulatório do Reino Unido, CMA, já que o antitruste britânico afirmou que a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft não prejudica o mercado de consoles. A japonesa disparou contra sem papas na língua.

Em uma etapa final, as empresas respondem a CMA até o dia 12 de abril, mas a Microsoft e a Sony já entregaram suas impressões sobre a decisão provisória. No caso da japonesa ela repudiou veemente a decisão, chamou até de “irracional“.

O órgão regulatório do Reino Unido já publicou as respostas dos dois gigantes dos videogames, com a Microsoft dando as boas-vindas. A resposta do Xbox pode ser lida logo abaixo:

“A Microsoft foi clara desde o anúncio da fusão: não tem intenção de reter ou degradar o acesso a Call of Duty ou qualquer outro conteúdo da Activision no PlayStation”, escreveu a empresa.

“Tal estratégia estaria em contraste direto com os interesses dos jogadores no Reino Unido e ao redor do mundo. Em vez de limitar a escolha ou o acesso, a Microsoft pretende usar a fusão para trazer mais jogos para mais pessoas em mais plataformas e dispositivos.”

A resposta da Sony foi bem menos alegre: “surpreendente, sem precedentes e irracional”, e se queixou em 11 páginas detalhando os erros que supostamente a CMA cometeu e pedindo o bloqueio da aquisição!

“A SIE respeitosamente afirma que o adendo não justifica a reviravolta da CMA na teoria do dano dos consoles”, escreveu a empresa.

“Para chegar a uma decisão robusta, o CMA deve revisar sua análise dos incentivos da Microsoft e encerramento parcial, corrigindo os erros identificados neste documento”, concluiu a resposta do PlayStation.

Entretanto, a Microsoft ainda tem que resolver preocupações com a nuvem e para tanto fechou contratos com a Nvidia, Boosteroid e Ubitus.

“Isso não apenas mostra que a Microsoft não tem capacidade de reter o conteúdo da Activision de serviços de jogos em nuvem rivais (dada a presença de acordos juridicamente vinculativos e aplicáveis ​​com esses provedores), mas também é uma evidência clara da intenção da Microsoft de não reter o conteúdo da Activision de outros serviços de jogos em nuvem”, escreveu a empresa Xbox.

“Qualquer análise da capacidade e incentivo da Microsoft deve ser atualizada de acordo para refletir esse desenvolvimento. Simplificando, o CMA não encontrou incentivo para reter o conteúdo da Activision em relação ao console, e as evidências mostram que deve chegar à mesma conclusão em relação à nuvem transmissão de jogos.”

A boa notícia para a Microsoft é que no documento da CMA já aponta sinais de que o mercado de nuvem não é tão relevante assim capaz de bloquear a aquisição. Joost Rietveld – professor associado de Estratégia e Empreendedorismo na Escola de Administração da University College London – observou que há “uma ambiguidade significativa quanto ao que exatamente são os jogos em nuvem”. Ele afirmou:

“A vontade de pagar dos consumidores por serviços de jogos em nuvem independentes aparentemente é baixa e esta é talvez a indicação mais forte de que os jogos em nuvem não devem ser considerados um mercado distinto.

“O streaming em nuvem é um método de distribuição potencialmente promissor que provavelmente continuará a ser usado e utilizado em várias extensões por diferentes empresas com diferentes ofertas voltadas para um conjunto diversificado de clientes que podem ser usuários finais e clientes business-to-business. Cabe ao CMA – e outras agências – vê-lo como tal”.

Desse modo, apesar da Sony desesperadamente criticar a aquisição, aparentemente, está tudo encaminhado para uma aprovação. Contudo, vamos ter que esperar mais alguns dias para termos certeza, afinal, nada está garantido ainda.

 

Fontes: (1), (2)

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