Por esta altura está bastante claro que o futuro dos consoles não pode ser encontrado apenas na força bruta. O Xbox, em particular, não pode continuar perseguindo o modelo da Sony, ao mesmo tempo em que finge ser diferente. Não se trata de guerra de consolas, mas de mero posicionamento no mercado, onde é claro que a polarização dos ventiladores dificulta muito a transição de um sistema para outro.
Há necessidade de novas formas de jogar e de sistemas que se apresentem como novos e não apenas mais poderosos, até porque todos estes músculos extra são agora um fim em si mesmos (levante a mão se ficou maravilhado com a apresentação da PS5 Pro), onde o que mais importa para o lado gráfico é o dinheiro investido em detalhes e retoques finais, por assim dizer…
Deixando de lado os vôos de fantasia, continuar com este jogo de gerações é agora puro masoquismo. Esclareçamos: as gerações continuarão a existir e não morrerão amanhã e talvez nem depois de amanhã, mas a concepção recente das plataformas de jogos como ecossistemas exige maior fluidez, para se poder adaptar melhor às contínuas mudanças do mercado.
Além disso, este último já demonstrou amplamente que não consegue mais se ancorar em gerações únicas, desprezando completamente as anteriores, tanto que, ao lado dos consoles mais recentes, os da era passada ainda vivem com sucesso moderado (amplamente utilizados e com ainda muitos lançamentos) e, ao mesmo tempo, formaram-se mercados alternativos que atraem cada vez mais jogadores insatisfeitos com o cenário consolidado (pense na expansão do cenário retrogaming). Sem falar no elefante na sala, ou seja, no setor móvel que fica sentado silenciosamente fazendo números enormes com os quais o mercado tradicional agora sonha.
Em suma, num cenário desses a ideia de um Xbox mais portatil não seria nada ruim, principalmente se realmente começasse a virar as costas à guerra dos consoles e àqueles que continuam brigando entre si para decidir qual versão de um jogo tem verde mais verde. Provavelmente seguiria mais a tendência do Steam Deck do que do Nintendo Switch, considerando que o primeiro é hardware de suporte, por assim dizer, ou seja, uma alternativa para jogadores de PC que já possuem uma plataforma de referência para começar, enquanto o segundo é apesar da sua dupla natureza, um videogame mais tradicional com a qual a Nintendo atacou os seus dois mercados de referência, que já não podem ser geridos individualmente.
Assim, caso se confirme, tendo a ver uma possível Xbox portátil como uma alternativa simples: mais uma possibilidade que não fechará a porta a todas as outras já presentes nas lojas, onde a marca continuará o seu trabalho de expansão para outras plataformas. Até porque é pouco provável que a Microsoft deite fora o que fez nesta geração para suportar uma completamente nova.