Microsoft e a FTC, a audiência terminou com uma densa série de perguntas da juíza

A audiência entre a Microsoft e a FTC sobre a liminar solicitada pela comissão terminou com uma densa série de perguntas da juíza, dirigidas em particular aos advogados antitruste americanos.

A FTC citou a decisão de Phil Spencer de que todos os jogos da Bethesda serão exclusivos para o Xbox, ao qual o juiz perguntou como qualquer exclusividade de certos jogos poderia impactar negativamente os consumidores.

Uma Activision independente, explicaram os advogados da comissão, teria motivos para levar seus títulos ao maior número possível de plataformas em comparação com uma empresa adquirida pela Microsoft.

No entanto, a juíza retrucou essa tese que a Activision já recebe dinheiro de algumas plataformas para atrasar o lançamento de jogos em outras: um comportamento também atribuível às estratégias da Sony.

Os advogados da FTC apontaram, portanto, que nem todos os exclusivos são ruins e que são operações legítimas, enquanto as aquisições influenciam a concorrência: com uma compra finalizada, a Activision tenderia a dar precedência ao Xbox sobre todas as outras plataformas.

A juíza mencionou a aquisição da Bungie e falou sobre o fato de que talvez se a Sony tivesse assinado o acordo para trazer Call of Duty para o PlayStation por dez anos talvez nem todos estivessem lá para discutir. Então ele pediu detalhes sobre o que torna Call of Duty tão especial.

A FTC afirmou que se o Xbox tivesse uma skin de Natal para Call of Duty este ano, muitas pessoas migrariam do Playstation para o Xbox para pegá-la. A juíza não se mostrou convencida desse argumento e lembro que a Sony já faz isso, por que o Xbox não pode fazê-lo?

Os dados produzidos pelo perito trazidos ao tribunal pela FTC, que falam de um desvio de 20% do mercado, não convenceram de fato a juíza, que não entendeu de onde exatamente vêm aquelas conclusões.

A juíza então pediu aos advogados da comissão que explicassem a ela por que esses usuários deveriam parar de jogar Call of Duty no PlayStation caso a aquisição fosse bem-sucedida. Em geral, a FTC parece despreparada sobre o assunto, no sentido de que são apenas estimativas e inferências.

O ponto central da discussão foi definir quantos usuários mudariam para o Xbox se a Activision fosse adquirida pela Microsoft, tanto em referência aos jogadores de Call of Duty quanto a todos os outros.

A juíza: se o Call of Duty estivesse no Xbox Game Pass e não na  Playstation Plus, isso não apenas incentivaria a Sony a melhorar seu jogo, aumentaria a concorrência em vez de diminuir a concorrência? Não está disponível no Playstation Plus+ agora, então a Microsoft não está tirando nada.

No geral, a juíza rebateu intensamente as teorias da FTC (parecei até como se fosse advogada da Microsoft) e podemos supor que a tese dos consoles, assim como no restante do mundo, está morta. Contudo, foram levantadas algumas dúvidas para a nuvem, e também vimos aqui a juíza muito mais inclinada ao lado da Microsoft, mas não totalmente satisfeita. Veremos o que ela decidirá nos próximos dias.

 

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