Continuamos com aquele que foi o segundo dia do julgamento entre a Microsoft e a FTC, e todas as informações que eles têm divulgado nos deixam com muitas dúvidas sobre as intenções do regulador do mercado americano. Agora, e como seria de esperar, um acordo de exclusividade de Call of Duty com a PlayStation impedirá a chegada destes jogos a todos os serviços de assinatura existentes.
No mesmo depoimento de Phil Spencer, foi comentado que, mesmo que a compra e a fusão sejam bem-sucedidas, os jogos da saga Call of Duty não podem ser incluídos em serviços de assinatura como Xbox Game Pass ou GeForce Now. Isso, sem dúvida, é uma questão negativa para os consumidores, pois esses acordos impedem a distribuição gratuita de produtos aos consumidores, mas são modelos de negócios diferentes e válidos.
O facto de Call of Duty demorar a chegar ao Xbox Game Pass já era um tema discutido há muitos meses, mas agora, e no quadro de um julgamento promovido pela FTC, é curioso pensar que a Sony se opõe a algo que eles eles fazem. Ou seja, a FTC questiona e assume que a Xbox procura criar conteúdos exclusivos com Call of Duty, acusando o perigo que representa para os consumidores, mas ao mesmo tempo, e paradoxalmente, a empresa que defendem já tem acordos deste tipo em vigor.
Agora, os acordos de exclusividade não são uma coisa ruim, mas quando são um argumento contra a fusão, tornam-se um aspecto negativo que, presumivelmente, deve ser evitado. É por isso que Phil Spencer comenta que é uma pena que a Sony esteja tentando bloquear a compra com argumentos de cauda de palha.
Por outro lado, o problema de tudo isto reside também no facto de com este contrato de exclusividade que a PlayStation tem com o Call of Duty, serviços como o GeForce Now, que também fazem parte da equação, ficam sem estes jogos até janeiro de 2025. Então, o que a FTC busca na justiça antitruste ou beneficia a Sony e o PlayStation?
Acreditamos que isso só vale para day one, ou seja, a saga do Call of Duty deve entrar no Game Pass. Contudo, até 2024, ou seja, ainda no próximo ano, existe acordo com a Sony que impede isso. O mais incrível é que a FTC está defedendo essa situação nos tribunais.