Nos Estados Unidos, a FTC está processando a Microsoft para impedir a aquisição da Activision Blizzard. A juíza Jacqueline Scott Corley está presidindo o processo. No entanto, é revelado que a mulher tem um filho que trabalha para a Microsoft e o Revolving Door Project – um grupo de vigilância da indústria – diz que a mulher deve desistir de seu papel, pois há um conflito de interesses.
A juíza disse que o filho trabalha em uma divisão separada dos videogames, mas a Revolving Door Project acredita que a proximidade ainda é suficiente para gerar dúvidas.
Em uma carta, obtida pela primeira vez pelo Washington Post, o Revolving Door Project disse que o emprego do filho de Corley na Microsoft pode violar várias regras estabelecidas no Código de Conduta para Juízes dos EUA, incluindo uma que aconselha os juízes a “evitar irregularidades e a aparência de irregularidade em todas as atividades”. O grupo adverte que esse suposto conflito de interesses pode afetar a objetividade de um juiz e até degradar a confiança do público nos tribunais.
“O público pode se preocupar justificadamente com o fato de uma juíza ser indevidamente tendenciosa se o seu filho for empregado de uma empresa cujo caso o juiz está supervisionando”, escreveu o Revolving Door Project. “Faz sentido que um pai queira apoiar o sucesso financeiro do empregador de seu filho, a fim de apoiar sua estabilidade financeira e prestígio profissional”.
Corley está atualmente supervisionando as discussões para determinar se deve ou não conceder o pedido da FTC para bloquear temporariamente a fusão até o julgamento de agosto. Se Corley decidir não bloquear temporariamente o negócio, ele poderá ser fechado antes do prazo de 18 de julho.
O Revolving Door Project argumenta que o emprego do filho de Corley na empresa pode representar “um claro risco de retaliação”. De acordo com o grupo, a Microsoft poderia responder a uma decisão contrária demitindo o filho de Corley ou colocando obstáculos corporativos que tornariam sua carreira mais difícil. O grupo citou a recente onda de demissões da Microsoft que, segundo o grupo, poderia ser usada como uma cobertura conveniente para justificar uma demissão em retaliação.
A FTC se recusou a comentar, enquanto a juíza Corley, o Distrito do Noroeste da Califórnia, a Microsoft e a Activision Blizzard não responderam ao relatório. Cabe salientar que isso é realmente conhecido desde o início do processo. Ambos os lados foram questionados se era um problema e ambos os lados não se opuseram.
Entretanto, a aquisição foi definitivamente aprovada na África do Sul.