São bastante claras as palavras com que a juíza Jacqueline Scott Corley concluiu o julgamento entre a FTC e a Microsoft, indeferindo o pedido de liminar e efetivamente abrindo caminho para a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, definindo o acordo “talvez ruim para a Sony, mas bom para jogadores .”
Um elemento que a juíza levantou, ainda durante a fase de depoimento e interrogatório, é justamente o apoio excessivo da FTC nas denúncias da Sony, considerando que já durante a audiência a juíza havia apontado que o objetivo do antitruste era a proteção dos consumidores, e não de um concorrente específico.
Por essas razões, a juíza avaliou “A referência contínua da FTC ao testemunho de Jim Ryan como não convincente”, efetivamente considerando as posições da FTC inconsistentes para levar à aprovação do pedido de liminar.
“Muitas referências ao testemunho do Sr. Ryan não são convincentes“, escreveu o juiz do Duty no PlayStation, mas impediu o Xbox de fazer o mesmo.
here's Judge Corley saying the "FTC’s heavy reliance on [Jim] Ryan’s testimony is unpersuasive" and that Microsoft's Call of Duty deals for Nintendo Switch and cloud are "perhaps bad for Sony. But good for Call of Duty gamers and future gamers." pic.twitter.com/LUBnU5PI8b
— Tom Warren (@tomwarren) July 11, 2023
Em particular, a juíza Corley avaliou que “antes da aquisição, um consumidor que queria jogar Call of Duty tinha que comprar PlayStation ou Xbox, enquanto após a aquisição, um usuário poderá usar a nuvem para jogar mesmo em um dispositivo diferente, incluindo, de acordo com os planos anunciados, também o Nintendo Switch“. Isso de fato levaria a um aumento na possibilidade de acesso aos jogos para os usuários. Corley escreveu que, em última análise, a situação do consumidor parece estar melhorando com o acordo, o que é “talvez ruim para a Sony, mas bom para os jogadores de Call of Duty e outros usuários no futuro”.
Provavelmente o fato de focar demais a questão nos possíveis danos causados à Sony não ajudou a causa da FTC, considerando que até a própria CMA sabiamente decidiu abandonar o argumento do risco de monopólio no mercado de consoles – na verdade não muito consistente visto relações de poder atuais – mudando a atenção para a possível ameaça de monopólio no espaço da nuvem.
Neste ponto, aguardamos os próximos movimentos da Microsoft, que podem concluir em breve a aquisição da Activision Blizzard, considerando que o CMA disse que está pronto para reconsiderar sua decisão, diante de novas soluções propostas pela equipe do Xbox.