Microsoft, Sony e Nintendo estão discutindo o possível abandono dos consoles, segundo Peter Moore

Numa interessante entrevista publicada pela IGN, Peter Moore deu a sua opinião sobre a situação actual da Microsoft Gaming, afirmando que a Xbox provavelmente estará a discutir o possível abandono da produção de consoles e a transferência de exclusividades históricas para outras plataformas, mesmo que obviamente isso não aconteça.

Moore era o chefe da Sega of America praticamente na época em que a empresa decidiu descontinuar o Dreamcast e encerrar efetivamente a produção de hardware para jogos e posteriormente estava no topo do Xbox na época do lançamento do Xbox 360, então ele é uma pessoa cujo julgamento sobre o assunto tenha algum peso, conhecendo bem a situação e também a empresa de que estamos falando.

Conforme relatado por Moore, o fato de os lucros serem tão baixos mesmo em comparação com as perdas no setor de hardware não é totalmente anormal: é verdade que o mercado parou de crescer, substancialmente, mas a importância do hardware, segundo a ex-Microsoft, reside sobretudo no seu papel de facilitador da difusão de software e serviços.

As avaliações que a Microsoft está a fazer neste momento podem dizer respeito ao fato de este papel de facilitador já não estar a funcionar muito, com a maioria dos jogadores a jogar em smartphones ou em qualquer caso a não passar para os videogames, o que demonstraram ter alcançado algum uma espécie de limite fisiológico.

Moore explicou que as primeiras dúvidas sobre a estabilidade do mercado de consoles já existiam há 20 anos e ainda em 2007 a Microsoft discutia a possibilidade de o próximo ser a última geração: traçando um paralelo com outros dispositivos, como playres de música, ele é claro como a evolução leva a uma diversão diferente: “os jogadores não jogam menos, mas jogam de forma diferente”, explicou o executivo, “já não estamos na sala”.

Deste ponto de vista, o barómetro da situação é provavelmente mais a Sony do que a Microsoft, porque segundo Moore a primeira é muito mais uma empresa dedicada ao hardware do que a segunda, que sempre se concentrou mais no software, que provavelmente tem todos intenção de mover tudo para a nuvem ou outras formas de distribuição.

Segundo Moore, questões sobre o possível abandono dos consoles estão certamente em andamento em Redmond na Microsoft, mas também estão em Tóquio na Sony e de certa forma também em Kyoto na Nintendo, e em última análise são questões que a indústria está se perguntando. cerca de 20 anos, com a evolução da tecnologia.

Pensando também na sua experiência na Sega na época do Dreamcast, Moore pensa que as definições de first party e third party estão provavelmente destinadas a desaparecer no futuro, com a distribuição principalmente de serviços por diferentes produtores, que tomarão o lugar de hardware.

De acordo com Moore, as perguntas na Microsoft provavelmente começarão com o próprio Nadella, que deu luz verde à aquisição da Activision Blizzard por US$ 70 bilhões, que agora provavelmente perguntará a Phil Spencer onde ele acha que verá o Xbox daqui a 10 anos e qual e o estratégia de longo prazo após tal investimento.

Curiosamente, Moore também revelou que a ideia de trazer exclusivos como Halo para o PlayStation já havia sido pensada há vários anos na Microsoft, completa com “jogos de guerra” especialmente concebidos: essencialmente, era uma espécie de RPG que a empresa imaginou os possíveis acordos e reações entre os principais players do setor, portanto é muito provável que este tema também esteja sendo debatido atualmente na Microsoft.

 

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