Com o Team Xbox embarcando em uma grande iniciativa multiplataforma atualmente, tem havido alguma preocupação na comunidade de que, sem focar em exclusividades próprias, o Xbox pode essencialmente perder parte de sua identidade e apelo no processo.
Isso foi levantado em algumas aparições de entrevistas de Phil Spencer na semana passada, com a Gamertag Radio e a Destin Legarie adotando ângulos ligeiramente diferentes sobre praticamente a mesma questão. Como você pode ver abaixo, o primeiro questionou por que o hardware do Xbox continuará importante se os exclusivos se tornarem menos prioritários em 2025 e depois.
Em resposta, Spencer explicou que é o trabalho em hardware que impulsionará o apelo, com a equipe trabalhando em tudo, desde consoles a portáteis e Xbox Cloud Gaming, para fornecer a melhor experiência possível.
Gamertag Radio: “Há uma preocupação na comunidade sobre – bem, você está colocando todos esses jogos em outras plataformas, por que eu ainda iria querer um Xbox? Qual será o motivo para eu querer hardware Xbox quando posso ter essa experiência em outra plataforma?”
Phil Spencer: “Quero que as pessoas escolham o hardware com base nas capacidades desse hardware e como isso se encaixa nas escolhas que elas querem fazer sobre como querem jogar. E queremos que nosso hardware vença com base nas capacidades de hardware que temos.
Acho que a diferença que vimos nos últimos 20 anos – e acho que isso é bom porque venho da criação de jogos – é que é realmente o jogo em primeiro lugar, não a plataforma em primeiro lugar. A maioria dos jogos sobre os quais você e eu falaremos rodam em tantas plataformas diferentes. E esses são os jogos que estão tendo sucesso, esses são os jogos que estão no topo das paradas quando você olha para os jogos mais jogados e mais bem-sucedidos. E eu quero construir uma plataforma que atenda a esses criadores.
[Quanto ao] nosso próprio hardware, acho que é fundamental para o que o Xbox é. Na posição em que estou, vejo o hardware como uma parte crítica do que fazemos, mas não tentando impedir que os jogos cheguem a outros lugares para o benefício de [nós]. Vamos construir hardware inovador que as pessoas queiram usar para jogar, seja em suas mãos, seja em suas televisões ou mesmo em outros lugares.”
Na entrevista de Destin, ele perguntou diretamente sobre as preocupações em torno do Xbox “perder sua identidade”, com Spencer sugerindo que é na verdade uma “evolução da nossa identidade” ao tentar tornar os jogos o mais acessíveis possível no futuro. Ele também aconselhou que a indústria como um todo precisa adotar essa mentalidade para continuar entregando ótimos jogos.
Destin: Alguns fãs estão um pouco preocupados com a perda de identidade do Xbox, o que você diria para lidar com essas preocupações dos fãs de longa data?
Phil Spencer: “Acredito que nossa identidade continuará a evoluir, o que, francamente, sempre aconteceu, mas quando ouço preocupações, ouço preocupações sobre ‘minha biblioteca de jogos está segura? Ainda poderei jogá-los?’ e acho que, ao longo dos anos, estou orgulhoso do comprometimento que demonstramos em respeitar as compras em nossa plataforma por meio da retrocompatibilidade, do Xbox Play Anywhere e do crossplay — coisas que fizemos para permitir que as pessoas continuem jogando, então ouço isso.”
“Vejo os investimentos que estamos fazendo na plataforma e como queremos que o Xbox apareça em vários lugares e que sua biblioteca esteja disponível lá… isso é tudo sobre garantir que sua biblioteca de jogos que você possui no Xbox possa ser jogada em vários lugares, então eu diria que é uma evolução da nossa identidade, mas acredito que é uma identidade que esta indústria precisa.
Quando você pensa sobre onde essa indústria está agora e vê os desafios comerciais para muitas empresas, continuar a tornar os jogos mais acessíveis a mais pessoas tem que ser prioridade para nós como indústria, para que continuemos a ver ótimos jogos ao longo dos anos.”
Como já abordamos aqui no Windows Club, Spencer falou mais nessas entrevistas sobre como o hardware continua sendo uma parte “crítica” do Xbox e como sua equipe continuará a lançar mais jogos para PlayStation e além no futuro.
Obviamente há controvérsia em torno de tudo isso, particularmente quando se trata de exclusividades (que Spencer não mencionou nas citações acima), mas claramente a Microsoft sente que a abordagem multiplataforma faz mais sentido não apenas de uma perspectiva monetária, mas também de uma indústria. Veremos como isso vai se desenrolar.